Ruas do país são ocupadas por brasileiros em defesa do resultado das urnas

Foto: Roberto Parizotti

No dia em que o Brasil testemunha uma das mais importantes ações da história em defesa da democracia – a leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado de Direito – a classe trabalhadora representada pela CUT, centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos, além da classe estudantil, foi às ruas em diversas cidades do país para reforçar o coro contra as ameaças de ruptura institucional praticadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em seus inflamados e violentos discursos, Bolsonaro incita seus apoiadores a provocar uma revolta caso ele não seja eleito em outubro. Os atos deste 11 de agosto foram uma resposta clara ao presidente – a de que a democracia é inegociável e qualquer ato autoritário será rechaçado. A sociedade não aceita golpe e exige eleições livres, sem ataques ao sistema eleitoral brasileiro, absolutamente confiável para mais de 70% da população.

Nas várias cidades, placas estampavam “Bolsonaro sai, democracia fica” indicando ao presidente que o resultado das urnas eletrônicas deve acima de tudo ser respeitado.

Ninguém acima do povo, democracia acima de tudo

Na capital paulista, a CUT, centrais sindicais e os movimentos populares levaram cerca de 10 mil manifestantes em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Representando a Central, Telma Victor, presidenta da CUT-SP, reforçou que a data é história e exaltou a classe estudantil engajada na luta pela democracia.

“Estamos hoje com atos em vários lugares do Brasil para combatermos o novo golpe que querem nos impor. É inadmissível a conjuntura que vivemos – 33 milhões passando fome, a carestia que assola o país, pessoas morando nas ruas. Sabemos de quem essa responsabilidade. É de todas as reformas implementadas nesse país”, disse a dirigente ao fazer um ‘diagnóstico’ da atualidade brasileira.

Em entrevista ao PortalCUT, Telma reforçou que os atos representam a resistência do povo brasileiro ao retrocesso econômico e social vivido nos últimos anos e o anseio por democracia, sem ameaças às eleições.

Ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o professor Ricardo Galvão, contou da sua luta pela democracia enquanto esteve no cargo. “Quando fui defender a ciência contra esse governo desastroso, não hesitei em colocar meu cargo em risco. Mostrei claramente quem era esse presidente que veio para destruir a ciência, educação e o meio ambiente. Sem democracia, ciência e educação de qualidade, livre, democrática para o povo não haverá desenvolvimento sustentável e justo no país”, disse.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, destacou no ato da Paulista que os presentes no local são aqueles e aquelas que amam o Brasil. Ela lembrou que a UNE faz 80 anos e que são 80 anos de luta contra o fascismo e a ditadura militar e em defesa da democratização.

“Hoje essa geração de estudantes do Brasil se encontra nas ruas do país para dizer que com o estado democrático de direito não se mexe; não se mexe para com o nosso direito de estudar. Defender a democracia significa garantir que uma mãe brasileira tem o direito de garantir as três refeições diárias do seu filho, e enquanto a gente não tiver emprego, o nosso diploma na mão e a fome assolar mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras, a democracia estará sendo atacada”, afirmou.

>> ACESSE O SITE DA CUT BRASIL E VEJA AS FOTOS DOS ATOS

(CUT Brasil, André Accarini, Rosely Rocha e Walber Pinto, com edição de Rosely Rocha, 11/08/2022)

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